quarta-feira, 14 de maio de 2014

km 4 - XVII Media Maraton de Vigo


XVII Media Maraton de Vigo
 

11 de maio de 2014

 
 
 
 




O meu 15º dorsal de uma meia maratona
 

 
     Quando somos muitos, é mais fácil!


     Tivesse acontecido no Estádio Municipal de  Balaídos, ou no Hotel Resort Pazo Los Escudos  onde a equipa do Real Madrid se encontrava hospedada, e tratava-se de uma situação perfeitamente normal. Um grupo de portugueses, envergando camisas com a bandeira de Portugal estampada, e com bandeiras nacionais nas mãos, a gritarem de forma histérica o nome dos jogadores portugueses do emblema espanhol. Mas esta manifestação de carinho não se destinavam nem ao autoproclamado  rico, bonito e super talentoso  Cristiano Ronaldo, nem ao luso-brasileiro Pepe, nem tão pouco  ao caxineiro Fábio Coentrão. Acrescento ainda que nas camisas de uma brancura imaculada, estava ainda estampado um nome. Com as cores nacionais, verde e vermelho, podia ler-se o nome: Paulo Machado. Imaginem a minha cara de surpresa quando cheguei junto deles.  Até a pequena Carolina teve direito a uma camisa de tamanho xxxxs personalizada.
       Já no ano passado, na Meia Maratona de Guimarães, a família Torres me havia surpreendido. Mas a manifestação de apoio e de carinho resumira-se a um cartaz a dizer: Força Paulo. Desta vez foram um pouco mais longe,  e naturalmente tal gesto obrigava-me a uma superação ainda maior. O objetivo passava não apenas por terminar a corrida, mas aproximar-me ou superar a marcar de 1h32' conseguida em  Barcelos.



Da esquerda para a direita: António, Nicolau, Joaquim, Paulo, Maria, Carlos, Carolina, Afonso, Marta e Paula.
     

     O contingente nacional presente em Vigo não se resumiu a estas pessoas. Também a D. Ângela se fez acompanhar da família para viver as emoções de uma meia maratona, e para me apoiar, naturalmente. Vestidos a rigor, com o respetivo dorsal, e depois de convencido o Afonso de que devia envergar a camisa cor de laranja oferecida pela organização, estavam prontos para a caminhada. Iam juntar-se ainda ás cerca  de 180 pessoas que se deslocaram de Sintra para participarem também no evento, sobretudo na caminhada, e que constituíam a quase totalidade de inscritos. A inclusão de caminhadas em eventos desta natureza não é comum em Espanha. Esta tratou-se mesmo da primeira caminhada aliada á Meia Maratona de Vigo, daí que não tenha grande adesão por parte dos espanhóis, e os poucos que   estavam inscritos, e que envergavam os dorsais referentes, encontravam-se ao longo do percurso a apoiar os atletas. Isto sim, uma pratica muito comum em Espanha, onde as pessoas saem ás ruas, e não se cansam de incentivar  e apoiar os participantes das corridas.
 
      Ainda mal refeito  da emoção que a surpresa  dos meus amigos  me provocou, junto-me aos cerca de mil atletas perfilados na linha de partida. Sem grandes nomes do atletismo espanhol, o pelotão é composto sobretudo por atletas galegos, com objetivos muito próprios, uma vez que a prova é pontuável para o campeonato galego de meia maratona. Quase não há vento, o sol esta resplandecente e a temperatura oscila os 16º.
    Antes do tiro de partida a organização pede-nos que guarde-mos um minutos de silencio em memória de duas pessoas falecidas, ligadas ao atletismo. A primeira, e porque o nome não me diz nada, já não me recordo quem era. A segunda, tratava-se do atleta vice campeão europeu de salto em comprimento nos mundiais de 1999, Yago Lamela, que , com 36 anos, foi encontrado morto em casa.
      É dado o tiro de partida, e é hora de disfrutar.  Ainda com o pequeno-almoço mal digerido, que por força das circunstâncias fui obrigado a termina-lo a pouco mais de uma hora do inicio da corrida, troto pelas ruas de Vigo, na primeira de duas voltas ao percurso. O trajeto não é muito exigente, mas algumas das subidas, apesar de muito curtas, causam mossa na maioria dos corredores. Que o diga o atleta que escolhi para lebre, que na primeira subida, não resistiu ao ritmo, e acabou por ficar para trás. Ainda olho para trás e tento avista-lo, mas convenço-me que estou por minha conta. Talvez  não tenha sido feliz com a minha escolha, apenas com 3 quilómetros percorridos, e ele já vinha a arfar ruidosamente.
       Concluo um terço da prova abaixo do minuto 31 (30'49''). Até aqui tudo bem, só há que manter o ritmo e não entrar em loucuras. É pelo quilometro 7 que julgo encontrar alguém que me vai ajudar na corrida. Passa por mim um atleta franzino, jovem, passada segura. Tento acompanha-lo, mas o ritmo é tão desconfortável para mim, que me vejo obrigado a baixar o ritmo e a deixa-lo ir. Mais tarde haveria de o ultrapassar  e terminar mesmo a corrida á frente do vencedor na categoria de júnior masculino, e que haveria de proclamar-se ainda campeão galego júnior de meia maratona.



Numa altura da corrida em que já havia ultrapassado o campeão júnior galego de meia maratona


     O final da primeira volta coincide com o final da caminhada. Esboço largo sorriso quando passo pelas pessoas que me acompanham. Com um até já, parto para a segunda volta. Passo pelo segundo parcial de 7 quilómetros, ao quilometro 14, de novo com um excelente tempo, 30'31''. Mas a nova passagem pela zona de meta, quando faltam apenas 5 quilómetros, acaba por provocar-me dificuldades. Quando passo de novo pelo meu grupo de seguidores, paro, e vou ao carrinho do Joaquim buscar a minha inseparável água das pedras. Depois disto, e apesar do Afonso se ter pontificado a correr comigo os quilómetros finais, nunca mais consegui atingir o bom ritmo com que vinha a fazer a prova. O mal acabou por ser geral, porque o Afonso depois de alguns metros diz-me que vai voltar para  trás ( o Afonso é um miúdo com 11 anos, que um dia me acompanhou num treino de 6.5 km em 34 minutos, sem parar).

A breve companhia do Afonso


    Com um pouco mais de sofrimento vou eliminando quilómetro após quilómetro. O último, porque é a descer inicialmente, e porque depois se avista a linha da meta, é devorado num ápice.  O Sr. Carlos, a cem metros da meta, entrega-me uma bandeira de Portugal. A assistência parece contagiada pelo ato, e aplaude energeticamente. Consulto o cronometro, 1h 34'. Não esta mal. E embora não tenha conseguido manter a tendência das corridas deste ano, acabei por fazer um excelente tempo, talvez a minha segunda melhor marca  das 15 meias maratonas já efetuadas. Em Barcelos subi demasiado a fasquia, e agora tenho que trotar forte se quero fazer melhor.
     O vencedor da corrida, foi um atleta já conhecido dos meus blogues, uma vez que foi o mesmo que ganhou a meia maratona  d'O Carballiño,  Daniel Bargiela Araújo.

      Para a estatística.

      Meia maratona número 15
      Tempo líquido: 1h34'09'' ( a 23'30'' do vencedor)
      Classificação geral: 204 (701)
      Classificação por escalão (veteranos I): 47 ( 131)

     Muito obrigado ás pessoas que me acompanharam, e espero que se tenham divertido tanto quanto eu.

     Até já!


Foto: Agua das Pedras.
A agua dos desportistas.
Fiel ás minhas origens

 

Sem comentários:

Enviar um comentário