quarta-feira, 2 de julho de 2014

Km 7 - II Meia Maratona de Guimarães



II Meia Maratona de Guimarães
 

22 de junho de 2014

 
 
 
       "A Natureza criou os prazeres, o homem os excessos"

Enquanto aguardava a chegada dos aventureiros

        Antes de me debruçar sobre as incidências da exigente e difícil Meia Maratona de Guimarães, vou dar um salto até Gaia. Mais propriamente até á praia da Aguda, onde ontem se realizou uma inédita meia maratona. Denominada Meia Maratona Areias de Gaia, o evento tinha ao dispor dos atletas as distâncias de 21, 10 e 6 quilómetros. Apesar de me ter deslocado ao local apenas para ver a prova, e em especial, o desempenho de alguns amigos, ainda me dirigi á organização para me inscrever numa das distâncias mais curtas. Mas, quando os informei que ia correr a meia maratona de Guimarães, demoveram-me imediatamente de inscrever-me na prova. A corrida, totalmente sobre areia, permitiu aos atletas viverem um momento  inesquecível. Apesar de um desafio árduo, custoso, difícil e muito exigente, a oportunidade que os mais de 200 aventureiros tiveram em  poder assistir ao primeiro pôr do sol deste verão em pleno desafio,  acabou por compensar todos os sacrifícios.
      Já que não me deixaram correr, peguei na máquina fotográfica e fui registar a passagem dos companheiros de aventuras.  Inicialmente junto á meta, onde esperei por um primeiro retorno, e depois algumas centenas de metros mais para norte, onde aguardei o regresso dos participantes, antes dos metros finais da prova.
      Fui registando a passagem de cada atleta, e foi bom, estando do outro lado, ver gestos de agradecimento pelas fotos. Já numa fase final da prova, alguns atletas não conseguiam disfarçar o cansaço, e chegavam junto a mim a caminhar a muito custo. Fui tentando incentivar alguns mais desmotivados: Vá lá, um trotezinho para a foto!  Mais tarde vou partilhar o álbum com todos quantos se quiseram procurar nas centenas de fotografias. E eu sei o quanto gostamos de ver-nos num grande número de fotografias em cada corrida.
Abordagem do quilometro final. Ao fundo já se vê a Helena.

      Quando a Helena chegou junto de mim, completamente exausta e cansada, desliguei a camara, e trotei os metros finais a seu lado, e pude comprovar a dureza da prova. Terreno muito instável, areia muito rala onde os pés se enterravam. Ainda fazia mais 21 quilómetros, brinquei com ela. Quanto a ela, era evidente o sofrimento e o cansaço: "Nunca mais me meto noutra."
Uma força da natureza. Um exemplo. Helena Mourão.

      Ficou mais do que evidente o quanto somos capazes de nos superar. O quanto somos capazes de cometer excessos para viver na plenitude os prazeres que a natureza para nós criou.


      Aqui nasceu Portugal!

        
      22 de setembro de 2013. Temperatura do ar a rondar os 38º. Guimarães estreava-se, em ano de capital europeia do desporto, no circuito nacional de meias maratonas. Percurso bastante difícil. Na altura, com muitas dificuldades, não consegui melhor do que 1h 52'. Nunca me senti tantas vezes tentado em desistir como nesta prova.
      22 de junho de 2014. Apenas o número do dia se mantem, de resto, tudo diferente. O dia está limpo e solarengo, mas a temperatura está bastante agradável, entre os 25º. O percurso, é quase o mesmo do ano passado, mas percorrido quase na sua totalidade em sentido inverso. A parte mais difícil e exigente, que no ano passado estava reservada para os últimos 6/7 quilómetros, este ano são os primeiros a ser percorridos. Parece tratar-se de um trail urbano. E de facto para lá caminha. Contabilizamos perto de 300 metros de desnível positivo, o que é pouco para um trail mas muito para uma meia maratona de estrada.
    O percurso é bastante interessante. Percorre bonitos locais da cidade, como a praça do Toural ou o emblemático castelo de Guimarães. A grande presença de público também contribui para a beleza do evento. Só é pena que não participem tanto na corrida como era expectável, através do incentivo e  apoio aos atletas.
      Apesar do conhecimento prévio das dificuldades que o percurso iria colocar aos participantes, a organização não quis deixar de mostrar o que de melhor a cidade tem. Quem construía castelos fazia-o onde seria melhor em termos bélicos. Nunca o fizeram a pensar nos corredores.



Abordagem ao castelo.

       Os primeiros quilómetros, os que exigem um esforço suplementar da nossa parte, face ao constante sobe e desce das ruas estreitas e com piso em paralelo, consigo superar com um ritmo muito idêntico ao que tenho mantido nas últimas corridas. Gastei cerca de um minutos mais nos 7 quilómetros iniciais do que em anteriores provas.
         Depois da passagem pelo centro histórico, a prova entra num traçado mais plano até ao quilometro 19. Curiosa a passagem pelo interior do pavilhão multiusos, onde ouvimos a primeira grande ovação da corrida, graças ao som que nos chega do sistema sonoro do recinto.

         Vou mantendo o meu ritmo, enquanto o traçado e as forças o permitem, apenas fraquejo nos dois últimos quilómetros. Passo o quilometro 19 com o relógio a marcar  1h26'. Depois daqui, talvez devido ao cansaço ou ao trajeto que entra numa fase ascendente até á zona da meta, ou talvez devido á desmotivação por verificar que vou ficar aquém dos meus melhores tempos, baixo de ritmo, e concluo os 2 últimos quilómetros nuns inimagináveis 12 minutos.
Já na subida final.

         Satisfeito por ter concluído mais um desafio. Um belo desafio. Apesar da dureza, a prova é muito mais agradável de se fazer no centro histórico, do que fora da cidade. Afinal, aqui nasceu Portugal!


      Para a estatística:

      Meia maratona número 17
      Tempo líquido (chip): 1h38'23'' ( a 30'48'' do vencedor)
      Classificação geral: 186 (535)
 
      Até já!



 

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